Enchantments - Prose and Poetry

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A Ponte Sobre o Rio Capibaribe



A Completude



A Mudança da Visão de Mundo com o Passar dos Anos




             Todos nós mudamos. Não somos seres imutáveis, estáticos, condenados a possuir uma única opinião e uma única conduta. De tal forma que o que hoje consideramos algo agradável pode se tornar algo desagradável, e até mesmo repugnante. E o fator tempo é a resposta a essas mudanças de comportamento dos seres humanos. O tempo está ligado diretamente a nossa evolução. Às vezes a mudança é benéfica e às vezes é depreciativa do nosso espírito. Mas a mudança sempre ocorre, e isso é algo inevitável. 

De acordo com pesquisas científicas na área da psicologia e do comportamento humano, as pessoas mudam de conduta conforme o local físico aonde se encontram.  Ora, se nós somos criaturas que nos transformamos de acordo com o ambiente onde estamos inseridos, imagine então o que acontece conosco com a ação do tempo sobre o nosso corpo e alma. Somos seres mutantes, instáveis, essa é uma verdade evidente e inquestionável. E, metamorfoseados ao longo do nosso percurso vital, podemos melhorar ou piorar a nossa conduta e o nosso ponto de vista em relação ao mundo e as pessoas.

É engraçado contemplar algumas pessoas que conviveram comigo há mais de dez anos e acham que eu sou o mesmo daquela época. Eu julgo que eu mudei bastante nos meus valores e no meu comportamento, assim como mudaram todas as pessoas, algumas mais outras menos, mesmo que não percebam essas mudanças. E isso é algo belo no ser humano, pois estamos sobre a face da terra para cumprirmos a nossa evolução espiritual. E cedo ou tarde ela chegará para cada um de nós. E, assim como uma peça de madeira muda de cor com o passar dos anos, também muda de aparência a nossa essência espiritual.

 

sábado, 19 de outubro de 2013

A Pertinência entre a Velhice e o Dinheiro



É evidente que uma grande parcela das pessoas, ao alcançarem uma idade mais avançada, tornam-se apreciadoras do dinheiro e do que ele pode fornecer, porém, de uma forma exagerada e quase doentia. É como se substituíssem a ausência da juventude pelo poder financeiro, uma lacuna da vida que foi preenchida de uma forma errônea e insensata.

 

Escravizam-se, portanto, ao dinheiro e aos seus prazeres. E em diversas ocasiões da vida, usam-no como única moeda de troca social e também de instrumento de controle dos outros. A natural fragilidade promovida pela chegada (ou proximidade) da terceira idade é, nesse sentido, blindada pelo dinheiro. Utilizando-o, assim, como o último - e o mais desesperador - recurso de autodefesa contra as ameaças promovidas pelo ambiente e pelas pessoas.

 

* Texto de minha autoria, originalmente publicado no Recanto das Letras.

O Artista e a Sensibilidade



Todo artista precisa ser sensível. O pintor, o arquiteto, o escultor, o artesão, o músico, o escritor e o poeta, todos devem ter essa virtude. Um artista sem sensibilidade é como um agricultor sem os seus instrumentos de trabalho. Ou como um político, ou um advogado, sem a sua voz, ou seja, é um sujeito incompleto e, portanto, incapaz de alcançar o sucesso no seu ofício. E, por isso mesmo, o artista é diferente dos outros homens, pois estes são incapazes de verem o que um artista vê. Porque é a sua sensibilidade que transforma a sua visão de mundo, embelezando-a, explorando-a e transparecendo-a.

 

* Texto de minha autoria, originalmente publicado no Recanto das Letras.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

O Abissal e a Superfície do Conhecimento



Seja um professor ou um consultor, ambos precisam procurar pela região abissal do conhecimento específico da sua área de trabalho. Deve-se deixar a superfície, a estratosfera, para o aluno, para o curioso de final de semana, ou para o cliente. Por outro lado, o profissional liberal tradicional possui a região mediana do saber, que é direcionado em um percentual suficiente para a sua subsistência, ou, no máximo, para produzir alguma riqueza financeira.

 

Já, voltando ao professor e ao consultor, ambos não podem se satisfazer com o raso, pois são cobrados e solicitados pelo seu excesso de conhecimento. E, assim, qualquer lacuna intelectual desse agente emissor (o professor, e o consultor) vai ser motivo para perda de credibilidade diante do agente receptor (o aluno, o cliente, a pessoa física ou a pessoa jurídica). Então, nesse sentido, onde o conhecimento é a moeda de troca, não existe espaço para o erro, pois ele poderá provocar sérios prejuízos futuros ao agente receptor.

 

Texto de minha autoria, originalmente publicado no Recanto das Letras.

E a Literatura, tem um Dono?

 


Ninguém é dono da literatura. Ninguém tem o direito de dizer o que é arte, e o que não é. O que é poesia, e o que não é. Nem os críticos, nem os teóricos, nem os acadêmicos, nem os imortais, pois todos eles vão deixar esse mundo, mas a literatura não, essa permanecerá sobre a face da terra para sempre. Cada um tem o seu ponto de vista, a sua opinião, e mais nada.

 

Nesse sentido, o verdadeiro julgador de que uma literatura tem qualidade, ou não, é o povo, o leitor, o cidadão comum que perde algumas horas da sua semana lendo algum livro que considere interessante. É ele que faz o escritor ficar famoso e popular, e que faz a editora ter um retorno financeiro, e é ele que promove, e propaga, a literatura. E o resto é conversa fiada.

 

*Texto de minha autoria, originalmente publicado no Recanto das Letras.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A Respeito do V Congresso Brasileiro de Escritores de Pernambuco


Primeiramente, parabenizo a UBE-PE por tê-lo promovido no sábado passado, no dia 05/10/13. Sem dúvida, foi um excepcional evento literário. Ele foi anexado à programação da Bienal do Livro, que está ocorrendo no Centro de Convenções de Pernambuco até o próximo final de semana.

A programação contribuiu na exposição de assuntos literários que servem de referência para os escritores nordestinos. O Teatro Beberibe supriu todas as demandas de espaço, e de conforto, para a realização desse evento cultural. Agradeço pelo convite da UBE-PE e certamente estarei presente ao próximo congresso, daqui a dois anos.

Posso concluir essa crônica afirmando que esses eventos literários servem de local de convergência intelectual, promovendo a ampliação do conhecimento literário de todos os escritores e também dos apreciadores da literatura brasileira e estrangeira. Além disso, contribuem na divulgação da literatura, e da cultura nordestina, que muitas vezes é deixada em segundo plano pelos grandes eventos literários de âmbito nacional.

 

*Texto de minha autoria, originalmente publicado no Recanto das Letras.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Acerca do Respeito à Diversidade e à Individualidade

 


Respeitar a opinião do outro é respeitar a essência do outro. Cada alma possui seus valores, seus objetivos, seus desejos, seus sonhos, seus medos e desafios. Não se pode suprimir a visão de mundo de um indivíduo em favor do outro. A diversidade e a individualidade são inerentes ao ser humano, e estão protegidas pela Constituição Federal do Brasil.

 

A partir do momento em que não se permite a opinião contrária, e exige-se a homogeneização intelectual, estamos indo no caminho contrário da evolução humana, a qual foi forjada pela contradição e pelo diferente. Portanto, ser diferente é uma virtude e não um desvio de caráter. E virtude relacionada a todo ser humano, queira ele ou não.

 

*Texto de minha autoria, originalmente publicado no Recanto das Letras.

Sobre os Ataques de Tubarões em Pernambuco


A televisão apresenta rotineiramente notícias a respeito dos ataques de tubarões nas praias pernambucanas. Isso já se tornou algo “normal” na imprensa brasileira. Mas a questão é que isso não ocorre por puro interesse midiático. O problema é sério e antigo, o primeiro ataque ocorreu há vinte anos e até hoje não foi encontrada uma solução definitiva para essa questão. Os poderes públicos municipais e estaduais respondem com ações paliativas, que surtem pouco efeito prático. Uma dessas ações é o barco que captura tubarões ao longo da orla da região metropolitana do Recife.

Usando um pouco do meu conhecimento técnico, acredito que a melhor solução seria a instalação de uma rede de aço inoxidável ao longo de toda a região, isso impediria o acesso de peixes de grande porte às praias utilizadas pelos banhistas, incluindo os tubarões. E, assim, o mar seria dividido em duas partes: a área segura e a área não segura. Essa rede seria sinalizada com boias que teriam cores fortes como, por exemplo, a cor vermelha ou amarela, ou então com lâmpadas de emergência impermeáveis e sustentáveis. Além disso, poderiam ser instaladas câmeras de filmagem à prova d’água na estrutura da rede, a fim de que seja possível a observação do comportamento desses peixes ao longo da orla.

Nesse sentido, ocorreria, ao mesmo tempo, um processo de proteção dos banhistas e também da promoção do estudo cientifico, e acadêmico, do comportamento desses peixes. Dessa forma, possivelmente cessariam as notícias tão tristes acerca de ataques de tubarões nessa região e, o mais importante, várias vidas humanas seriam preservadas. Pois acredito que o ser humano deve ser colocado sempre em primeiro plano em relação aos outros seres vivos, numa escala de hierarquia biológica e intelectual. E os poderes públicos precisam responder de uma forma mais eficaz aos anseios de uma maior segurança marítima da população pernambucana, e também dos turistas brasileiros e estrangeiros.

*Texto de minha autoria, originalmente publicado no Recanto das Letras.
 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Canto o Recife...


 

Porque dentro do ventre materno

Eu já era um recifense, suave e intenso,

Canto o Recife, esse solo eterno,

Porque o meu amor por ti é algo extenso.

 

E eu não poderia cantar o sertão

Pois do sertão eu não conheço bastante

Bela terra da caatinga, e de lampião,

Então, eu canto a capital, esse lugar elegante.

 

Mas o Recife recebe a todos com simpatia

Com o coração aberto, e com amor no coração,

Pois essa terra quer que todos tenham alegria,

E independente de origem, raça, ou nação.

         

terça-feira, 11 de junho de 2013

Um Outro Bem-te-vi


         

Avisa lá, amigo Bem-te-vi,

Sobe acima das nuvens, com toda a tua velocidade,

E dá o recado aos querubins

De que o homem está perdendo a sua dignidade,

Em troca de qualquer centavo.  


terça-feira, 4 de junho de 2013

Nascedouro dos Sonhos

                 


É lá em cima do arco-íris, de uma forma singela,

Acima das cores, acima do arco invisível,

Que une o céu e a terra numa atitude tão bela

É um fenômeno fantástico e exequível

Que promove o surgimento de uma janela,

E aonde nascem todos os nossos sonhos.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Marmóreo Amor


                 

É o amor que tenho por ti, querida,

Um amor elegante, educado, civilizado,

Um amor repleto de declarações de amor

Marmóreo amor, que é belo e sofisticado

Que nos une, e que nos deixa imune

A solidão de um mundo desconsolado

Marmóreo amor, reluzente amor. 

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Recife Tórrido {or Recife Fire}




Quando o calor evaporar o asfalto com toda a intensidade

{Firealarm}

E a temperatura subir (e subir) deixando tudo fogo e agonia

{Fireball}

É o sinal de que o velho Recife apresenta a sua majestade

{Fireworks}

É o sintoma de que a capital produziu a sua maior sinfonia

{Firepower}

Quando até os pássaros se esconderem nas árvores da cidade

{Firefly}

É a bandeira que induz ao banho ou a lavar o rosto na pia!

{Fireplug}!

Indagação de um Poeta




Por que contemplas esse sujeito de cabelos grisalhos?
Por que observas esse meu semblante sofrido, marcado?
Por que olhas para esse poeta maduro {e liso, duro}?
Afinal, o que tenho para te oferecer além dos meus versos?
Por que estás hipnotizada, {abestalhada}, paralisada?
Ora, estou muito longe de um Tom Cruiser, ou de Brad Pitt
Até de um Giannechine, com essa minha cara de índio,
Por que me olhas, curiosa, fascinada, com a mão no queixo?
Por que contemplas um mero homem compromissado?
Então, tu, {mulher sorridente}, me respondes:
“Não sei, poeta, acho que é porque és poeta...”

 

terça-feira, 9 de abril de 2013

Nudez que Dança




Com ritmo frenético ou mesmo sem ritmo algum,

O teu corpo dança, balança, requebra, encanta

Com coreografia ensaiada ou mesmo de improviso,

O teu corpo é balé, é xaxado, é maxixe, é salsa

Com a sensualidade exposta ou querendo ser “inocente”

O teu corpo é movimento, {é condimento}, é sentimento

Com piruetas fantásticas ou com leves balanços,

O teu corpo... hum... ah... é, acima de tudo, o teu corpo.        

quinta-feira, 21 de março de 2013

Rio de Sombrinhas e de Guarda-Chuvas...




Coloridas são as lonas em movimento constante

Seguindo o fluxo da vida e dos compromissos

Enquanto o céu chora copiosamente, nesse instante,

E as pessoas escurecem sobre as suas sombrinhas

E, assim, a estranha circulação desce a rua, infante,

Para, lá embaixo, desembocar na foz limpa, seca e segura...

Das preocupações.  

Deixem esse Poeta Passar...




Pois o mundo espera, ansioso, que eu possa cantá-lo
Deixem esse poeta seguir caminho, deixem-me!
Ora, por favor, não atrapalhem o meu trajeto
Pois esse poeta quer ver a flor, quer ver o bem-te-vi,
Contemplar as ruas, as praças, os bares, as cafeterias,
Adentrar aos shoppings (desculpem-me se incomodo)
Desculpem-me, caros seguranças, mas sou poeta!
Autorizem-me entrar com o meu chapéu panamá
E assistir de perto a liberdade, as pessoas, a vida
Pois, eu sinto muito, mas não tenho medo de cara feia
Porque as minhas origens e a minha formação me impedem
De me intimidar com os pobres agentes do preconceito!
Então, por gentileza, hajam com alguma prudência
E deixem esse poeta passar em paz.

domingo, 17 de março de 2013

A Ponte Sobre o Rio Capibaribe


 

As tuas tranças de metal que cortam o leito do rio
Embelezam a cidade de Manuel Bandeira
E a tua calçada serve de percurso a pessoas atarefadas,
Que se esquecem de olhar a tua beleza e antiguidade
Nem mesmo o teu meio-irmão, o rio, escapa dessa cegueira
Apenas os pássaros, o sol, e o pequeno manguezal te louvam
E o sol te banha com as águas das luzes e das cores,
Batizando-te todos os dias, valorosa ponte velha. 
 

terça-feira, 5 de março de 2013

Sobre o Peitoril da Janela...


 

Esconde-te, toda nua, queres ver a rua movimentada

Mas não queres ser vista {ou será que queres?}

Sobre o peitoril da janela antiga, estás paralisada,

Contemplas o mundo, os homens, a agitação

Sobre o peitoril tu colocas a tua chaleira enfumaçada...

Pois acordaste querendo ser desejada {mulher solitária}

Sobre o peitoril da janela, estás aí, escondida e excitada,

Sonhando que alguém lá embaixo te tire daí, em breve.

 

 

Bancos Tristes

 
 
 

Depois da chuva, refletem as luzes ao redor

Estão molhados, coberto pelas folhas do outono

Bancos tristes, assim como muitos homens

Estão aí, rodeados de cores, rodeados de prédios,

Rodeados de vida, mas tão sós, mas tão tristes

Sim, bancos tristes, bancos homens, bancos bancos.

 

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Reflexões

 

Do meu passado extraio os meus sentimentos,
Das mulheres que amei as minhas inspirações,
E a carne, os beijos e os carinhos são os elementos,
Dos meus versos, das minhas rimas e canções,
Expondo, assim, a todos os leitores o meu intento,
De narrar todas as minhas alegrias e ilusões. 

 

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Mar...


  
Dos pescadores, dos sedutores, dos desbravadores
Mundo das águas, repleto de peixes e de navios afundados
Mar das sereias, mar dos deuses, e dos conquistadores
Mares azuis ou barrentos, mares limpos ou contaminados
Lugar dos marinheiros, dos pescadores, e dos velejadores
Esses versos vem de um poeta que é por ti apaixonado.

 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Algum Futebol na Sala da Família



Ligou a televisão, abriu um latão de cerveja, e pediu a sua esposa que trouxesse um prato recheado com o amendoim descascado e salgado. Tinha comprado meia hora antes, no mercadinho próximo da sua casa. Estava começando mais um jogo do seu time do coração, pelo Campeonato Brasileiro. Silvinho, seu filho único, que tinha apenas oito anos de idade, estava ao seu lado. Ambos estavam sentados no maior sofá daquela pequena sala de estar. O pai lutava para convencer o menino a mudar o time que torcia, pois era o maior inimigo regional do seu. Tal gosto que o garoto recebeu da sua mãe e da sua avó, justamente, a “querida” sogra do provedor da família: o Sr. Joaquim. “Hoje eu te convenço a virar a casaca, pirraio!”, disse o pai, dando-lhe um sorriso. O jogo começou, e o time amado entrou com o padrão tradicional. Seu Joaquim beijou a camisa do seu clube de futebol, que havia vestido para aquela ocasião. Fez questão de fazer isso diante do filho, a fim de induzi-lo a pegar o gosto pelas cores do seu time querido. O menino riu. O pai não gostou disso.

Transcorreu o primeiro tempo, o time de seu Joaquim não estava jogando bem e fechou os quarenta e cinco minutos perdendo por 1x0, jogando em casa. Final do primeiro tempo; o menino riu novamente. “Vou fazer você engolir essa risada no final do jogo, seu moleque”, resmungou o seu progenitor. Começou o segundo tempo. O time do pai de família fez um gol logo no início. Seu Joaquim soltou uma gargalhada maquiavélica e o menino se encolheu como um gatinho assustado. No entanto, após alguns minutos, o time oponente fez dois gols seguidos e, assim, fechou a partida com o resultado de 1x3. Nisso, o pai, com um semblante desconsolado, olhou para o menino e implorou para que ele vestisse a sua estimada camisa tricolor. O menino riu e disse: “Não, papai, nunca vou vestir essa camisa feia e azarenta.” Então, Silvinho saiu correndo para a cozinha, onde a sua mãe estava acabando de fazer o jantar. Seu Joaquim bufou, resmungou e, comendo uns grãos de amendoim, disse: “Sogra rabugenta, foi ela que botou o menino contra mim.”

 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Valorizando as Minhas Raízes


 

 Afirmo a todos os meus leitores e também aos meus amigos, sem rodeios e sem hesitação; não sou branco. Sim, sou mestiço, e com orgulho. Sou miscigenado, como a maior parte dos brasileiros. O meu pai é branco, a minha mãe é mulata e uma das minhas avós é índia. E eu estou ciente de que tenho muito na minha fisionomia e no meu porte físico da minha descendência indígena, dos primeiros e antigos habitantes do nosso Brasil.

Quando deixo os meus cabelos crescerem, aí é que isso fica ainda mais evidente. Tanto que, nos momentos de descontração, a minha companheira brinca me chamando de índio. Contemplo-me no espelho e vejo toda a minha descendência passar pela minha mente, todo o peso de várias culturas e raças se expondo. Imagino-me como um guerreiro de uma tribo, pintado e preparado para a guerra.

Bom, esse sou eu. E, enfim, se por algum motivo alguém zomba da minha natureza e diz que o meu rosto é estranho ou que faço muita careta quando dou um sorriso ou fico sério, eu afirmo; sinto muito, nasci assim e graças a Deus por isso. E lamento se a imagem desse poeta não satisfaz os valores estéticos criados pelos homens brancos, valores preconceituosos e monoraciais.


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O Sol Nascendo no Mar




No horizonte, surges com todas as tuas cores

Refletindo toda tua beleza num mar azul

Acordas os pássaros, acordas as flores

Acordas toda a terra, de norte a sul,

Acorda a vocês: as senhoras e os senhores

Pois a luz solar tem o papel de despertar a vida.


Feriadão de Carnaval




Eu, que já fui folião, hoje fujo das festas de momo

Agora uso o feriadão para o descanso e a literatura

Foi-se o tempo que eu pulava feito uma ovelha

Mas respeito a diversão dos outros, sem amargura,

Esse poeta aposentou-se do frevo e da marchinha

Quem sabe, na minha velhice, volte a essa aventura.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Pombo da Paz

 
 
 

Possuis a união de todas as cores: a cor branca,

Tal brancura que simboliza o universo da paz,

Paz que o homem deseja mas a sua parte não faz,

Pombo, és símbolo de um mundo que a todos encanta.

 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Alegoria Política


 

A televisão vomita todos os dias um cenário de corrupção

São desvios, agrados, conchavos, dinheiro nas cuecas

Produzindo no povo brasileiro uma imensa decepção!

São diversas mascaras que caem, são alegorias mal feitas

E, assim, a população desvaloriza cada vez mais a eleição.

 

domingo, 13 de janeiro de 2013

O Microespaço Literário



A literatura precisa de espaço, um local que funcione o ano todo, todos os dias. E nem sempre isso é oferecido. O Recife não possui sequer meia dúzia de boas livrarias. Além disso, as bibliotecas também são escassas na cidade. Como a gestão pública (em todas as esferas) quer que o povo leia com uma maior frequência se não lhe oferece bons lugares para isso?  E, infelizmente, sei que essa vergonhosa situação é algo corrente em todo o Brasil. A literatura ainda hoje é relegada ao segundo plano, ou, quem sabe, ao último plano de prioridades públicas. E assim, nesse sentido, rejeita-se o livro e, por conseguinte, rejeita-se a educação cultural do nosso povo.


sábado, 12 de janeiro de 2013

Poesia aos Poetas Esquecidos

 
 

No limbo eterno e inóspito da poesia, existem milhares,

Todos eles esquecidos, desvalorizados,

São os poetas menores, que surgem em todos os lugares,

São os versejadores que foram escanteados,

Foram aqueles que não encontraram os melhores andares

Na escada da poesia, por isso, são ignorados,

Uma salva de palmas ao todos os poetas esquecidos!

 

Indulto de Natal

 

O Juiz liberou o preso para passar livre algum tempo

E usufruir as festas de final de ano, um ato de legal piedade,

Não sabe o doutor que a tal liberdade será um momento

Para o bandido cometer outros crimes de maior brutalidade

E, “inocente”, após o Reveillon voltar ao seu confinamento.


 

sábado, 5 de janeiro de 2013

Noite dos Namorados




A noite avança e o cenário é propício para os casais,

Enamorados; abraçam-se, acariciam-se, e beijam-se,

Surgindo, assim, um mar de gestos e palavras cordiais,

E é somente a noite que promove o nascimento do amor,

Não existe amor solidificado nos vespertinos e madrugais,

Pois o amor é fiel e eterno companheiro da noite.