Enchantments - Prose and Poetry

domingo, 8 de janeiro de 2017

Rua Formosa


Foi nos tempos de D. Pedro II
Que o Conde da Boa Vista, então governador,
Mandou abrir uma estrada que ligasse
A Rua da Aurora às terras de Camaragibe,
A fim de que facilitasse o escoamento
Das mercadorias da aristocracia rural,
Chamou-a poeticamente de Rua Formosa,
Deveria ser de fato bela em sua época,
Com as suas singelas casa térreas
E os seus imponentes sobrados com árvores,
E a sua via era apenas de barro e areia,
Com o Sol a se pôr no horizonte da rua,
Mas os anos passaram e o conde morreu,
E a rua se transformou em avenida,
E apropriou-se do nome do nobre:
Avenida Conde da Boa Vista,
Mas a Rua Formosa deixou de ser formosa,
E da sua beleza não deixou nem lembrança,
Ah, se o conde a visse...

O Alvorecer...


É o momento em que a noite beija o dia.
Os pássaros despertam do seu sono,
Nas árvores onde residem as ninhadas.
Os peixes agitam-se em busca de comida
E de qualquer acasalamento, naturalmente.
Os caranguejos saem das tocas, revigorados,
Querendo tomar um banho de Sol.
Até as ondas parecem mais calmas,
Por causa do surgimento do astro-rei.
O céu se despede da escuridão
E dá boas-vindas à luz do dia.
É nesse momento, apenas,
Que a poesia namora o Sol
E as estrelas.

Olha, Querida...

Quanto é belo o entardecer à beira do mar,
Com as gaivotas e os pelicanos em revoada,
A areia se tornando rubra por causa do crepúsculo,
E as ondas vespertinas se deitando no quebra-mar.
Olha, querida, o Lírio da Paz que nasce na grama,
Ele está sendo cortejado por uma abelha.
O vermelho do céu é o vermelho da vida,
Que cobre e abençoa o horizonte.
Sinta a brisa marítima, ela nos apropria,
Quer nos beijar e nos abraçar
E assim participar do nosso amor!