Enchantments - Prose and Poetry

sábado, 19 de outubro de 2013

A Pertinência entre a Velhice e o Dinheiro



É evidente que uma grande parcela das pessoas, ao alcançarem uma idade mais avançada, tornam-se apreciadoras do dinheiro e do que ele pode fornecer, porém, de uma forma exagerada e quase doentia. É como se substituíssem a ausência da juventude pelo poder financeiro, uma lacuna da vida que foi preenchida de uma forma errônea e insensata.

 

Escravizam-se, portanto, ao dinheiro e aos seus prazeres. E em diversas ocasiões da vida, usam-no como única moeda de troca social e também de instrumento de controle dos outros. A natural fragilidade promovida pela chegada (ou proximidade) da terceira idade é, nesse sentido, blindada pelo dinheiro. Utilizando-o, assim, como o último - e o mais desesperador - recurso de autodefesa contra as ameaças promovidas pelo ambiente e pelas pessoas.

 

* Texto de minha autoria, originalmente publicado no Recanto das Letras.

O Artista e a Sensibilidade



Todo artista precisa ser sensível. O pintor, o arquiteto, o escultor, o artesão, o músico, o escritor e o poeta, todos devem ter essa virtude. Um artista sem sensibilidade é como um agricultor sem os seus instrumentos de trabalho. Ou como um político, ou um advogado, sem a sua voz, ou seja, é um sujeito incompleto e, portanto, incapaz de alcançar o sucesso no seu ofício. E, por isso mesmo, o artista é diferente dos outros homens, pois estes são incapazes de verem o que um artista vê. Porque é a sua sensibilidade que transforma a sua visão de mundo, embelezando-a, explorando-a e transparecendo-a.

 

* Texto de minha autoria, originalmente publicado no Recanto das Letras.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

O Abissal e a Superfície do Conhecimento



Seja um professor ou um consultor, ambos precisam procurar pela região abissal do conhecimento específico da sua área de trabalho. Deve-se deixar a superfície, a estratosfera, para o aluno, para o curioso de final de semana, ou para o cliente. Por outro lado, o profissional liberal tradicional possui a região mediana do saber, que é direcionado em um percentual suficiente para a sua subsistência, ou, no máximo, para produzir alguma riqueza financeira.

 

Já, voltando ao professor e ao consultor, ambos não podem se satisfazer com o raso, pois são cobrados e solicitados pelo seu excesso de conhecimento. E, assim, qualquer lacuna intelectual desse agente emissor (o professor, e o consultor) vai ser motivo para perda de credibilidade diante do agente receptor (o aluno, o cliente, a pessoa física ou a pessoa jurídica). Então, nesse sentido, onde o conhecimento é a moeda de troca, não existe espaço para o erro, pois ele poderá provocar sérios prejuízos futuros ao agente receptor.

 

Texto de minha autoria, originalmente publicado no Recanto das Letras.

E a Literatura, tem um Dono?

 


Ninguém é dono da literatura. Ninguém tem o direito de dizer o que é arte, e o que não é. O que é poesia, e o que não é. Nem os críticos, nem os teóricos, nem os acadêmicos, nem os imortais, pois todos eles vão deixar esse mundo, mas a literatura não, essa permanecerá sobre a face da terra para sempre. Cada um tem o seu ponto de vista, a sua opinião, e mais nada.

 

Nesse sentido, o verdadeiro julgador de que uma literatura tem qualidade, ou não, é o povo, o leitor, o cidadão comum que perde algumas horas da sua semana lendo algum livro que considere interessante. É ele que faz o escritor ficar famoso e popular, e que faz a editora ter um retorno financeiro, e é ele que promove, e propaga, a literatura. E o resto é conversa fiada.

 

*Texto de minha autoria, originalmente publicado no Recanto das Letras.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A Respeito do V Congresso Brasileiro de Escritores de Pernambuco


Primeiramente, parabenizo a UBE-PE por tê-lo promovido no sábado passado, no dia 05/10/13. Sem dúvida, foi um excepcional evento literário. Ele foi anexado à programação da Bienal do Livro, que está ocorrendo no Centro de Convenções de Pernambuco até o próximo final de semana.

A programação contribuiu na exposição de assuntos literários que servem de referência para os escritores nordestinos. O Teatro Beberibe supriu todas as demandas de espaço, e de conforto, para a realização desse evento cultural. Agradeço pelo convite da UBE-PE e certamente estarei presente ao próximo congresso, daqui a dois anos.

Posso concluir essa crônica afirmando que esses eventos literários servem de local de convergência intelectual, promovendo a ampliação do conhecimento literário de todos os escritores e também dos apreciadores da literatura brasileira e estrangeira. Além disso, contribuem na divulgação da literatura, e da cultura nordestina, que muitas vezes é deixada em segundo plano pelos grandes eventos literários de âmbito nacional.

 

*Texto de minha autoria, originalmente publicado no Recanto das Letras.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Acerca do Respeito à Diversidade e à Individualidade

 


Respeitar a opinião do outro é respeitar a essência do outro. Cada alma possui seus valores, seus objetivos, seus desejos, seus sonhos, seus medos e desafios. Não se pode suprimir a visão de mundo de um indivíduo em favor do outro. A diversidade e a individualidade são inerentes ao ser humano, e estão protegidas pela Constituição Federal do Brasil.

 

A partir do momento em que não se permite a opinião contrária, e exige-se a homogeneização intelectual, estamos indo no caminho contrário da evolução humana, a qual foi forjada pela contradição e pelo diferente. Portanto, ser diferente é uma virtude e não um desvio de caráter. E virtude relacionada a todo ser humano, queira ele ou não.

 

*Texto de minha autoria, originalmente publicado no Recanto das Letras.

Sobre os Ataques de Tubarões em Pernambuco


A televisão apresenta rotineiramente notícias a respeito dos ataques de tubarões nas praias pernambucanas. Isso já se tornou algo “normal” na imprensa brasileira. Mas a questão é que isso não ocorre por puro interesse midiático. O problema é sério e antigo, o primeiro ataque ocorreu há vinte anos e até hoje não foi encontrada uma solução definitiva para essa questão. Os poderes públicos municipais e estaduais respondem com ações paliativas, que surtem pouco efeito prático. Uma dessas ações é o barco que captura tubarões ao longo da orla da região metropolitana do Recife.

Usando um pouco do meu conhecimento técnico, acredito que a melhor solução seria a instalação de uma rede de aço inoxidável ao longo de toda a região, isso impediria o acesso de peixes de grande porte às praias utilizadas pelos banhistas, incluindo os tubarões. E, assim, o mar seria dividido em duas partes: a área segura e a área não segura. Essa rede seria sinalizada com boias que teriam cores fortes como, por exemplo, a cor vermelha ou amarela, ou então com lâmpadas de emergência impermeáveis e sustentáveis. Além disso, poderiam ser instaladas câmeras de filmagem à prova d’água na estrutura da rede, a fim de que seja possível a observação do comportamento desses peixes ao longo da orla.

Nesse sentido, ocorreria, ao mesmo tempo, um processo de proteção dos banhistas e também da promoção do estudo cientifico, e acadêmico, do comportamento desses peixes. Dessa forma, possivelmente cessariam as notícias tão tristes acerca de ataques de tubarões nessa região e, o mais importante, várias vidas humanas seriam preservadas. Pois acredito que o ser humano deve ser colocado sempre em primeiro plano em relação aos outros seres vivos, numa escala de hierarquia biológica e intelectual. E os poderes públicos precisam responder de uma forma mais eficaz aos anseios de uma maior segurança marítima da população pernambucana, e também dos turistas brasileiros e estrangeiros.

*Texto de minha autoria, originalmente publicado no Recanto das Letras.