Enchantments - Prose and Poetry

sábado, 27 de dezembro de 2014

Reveillon Junto a Ti



Quando as luzes dos fogos resplandecerem no céu,
No momento em que as pessoas estiverem de branco,
No instante em que os expectadores se encontrarem na praia,
A fim de contemplarem a beleza da festa da virada de ano,
Eu estarei junto a ti, de mãos dadas, contemplando-te,
Mais a ti do que aos fogos, pois pra mim a luz está em ti.

Pouco a Pouco...



A água fura uma pedra e derrete um iceberg,
Uma tropa de formigas come um bolo todo,
Pouco a pouco o Sol se põe no horizonte,
E uma idosa sobe uma grande escadaria,
E um conjunto de páginas vira um livro,
Pouco a pouco tudo pode ser realizado,
Até mesmo a materialização de um sonho.


domingo, 21 de dezembro de 2014

A Pertinência entre a Aristocracia e a Meritocracia




A aristocracia comandou toda a população ocidental por dezenas de séculos. É dela que surgiram os reis, os príncipes, os duques, os condes, os marqueses, dentre outros personagens significativos da nobreza. Imbuídos das suas terras, tesouros e sangue azul (ascendência aristocrática) eles impunham os seus objetivos aos escravos, aos camponeses e aos homens livres. Na maioria das vezes, era composta por pessoas evidentemente vaidosas e egocêntricas. E deixavam esse comportamento transparecer nas suas roupas elegantes e caras, nas suas pomposas carruagens, na arquitetura ornamentada dos seus palácios, palacetes e castelos. Elas eram utilizadas como símbolos hierárquicos de poder, que cumpriam o papel de as diferenciar das classes mais baixas da sociedade.
Com o advento da burguesia mercantilista, da Revolução Industrial e da Revolução Francesa, a aristocracia começou a entrar em declínio, acentuando a sua derrocada e quase extinção no início do século XX. Foi nesse momento que começou a se fortalecer a meritocracia, que é valorização do homem utilizando como parâmetro a sua formação acadêmica, os seus títulos de ensino superior, universitário. O que aconteceu foi uma lenta substituição da cultura do título de nobreza, secular e fundiário, pela cultura do título acadêmico, universitário e profissional.
Na verdade, foi uma mudança do símbolo, mas não do valor socioeconômico que ele pode fornecer ao seu detentor. O título, como um importante elemento de barganha social e de status quo, apenas se modifica para atender as novas demandas técnicas, científicas e econômicas que surgiram com o conturbado e próspero século XX. Então, dito isto, pode-se seguramente afirmar que a aristocracia de ontem é a meritocracia de hoje. Não se modificaram os personagens, as classes sociais, os valores sociais e o comportamento das pessoas envolvidas, o que se metamorfoseou fora tão somente a nomenclatura e o objetivo final do referido título. E, no final das contas, é evidente que o poder socioeconômico sempre emanou do papel, do título legal, seja ele aristocrático ou universitário, e que fornece autoridade e credibilidade ao seu portador.

Afrontamento



A vida é um constante afrontamento,
Da juventude à velhice,
Não existe nada que evite esse episódio,
Somos seres afrontados,
Pelos homens, pelas situações; por tudo.

Quebra os teus Grilhões



Não te escravizes ao que não te agrada,
Nem tampouco te oprimes com o desnecessário,
Quebra as correntes que te afligem, parte-as,
Destrói a opressão que te impuseram; és livre,
Suprime o compromisso que te foi imposto,
Pelos teus pais, pelos teus amigos, pela sociedade,
Não precisas te prender ao que não te agrada,
Não és pior do que ninguém, és sim especial,
Levanta-te, ergue o teu semblante; o mundo é belo!
Por conseguinte, sejas dono de si mesmo,
E sinta o honroso prazer da liberdade.

sábado, 6 de dezembro de 2014

Em Defesa de uma Cultura de Paz


Ao longo de dezenas de séculos, o ser humano evoluiu tendo como fio condutor a violência, a agressividade. Desde os tempos que habitava as cavernas, sempre utilizou da força bruta para realizar os objetivos do seu cotidiano como, por exemplo, capturar e matar uma presa que serviria como alimento, defender a sua família e a sua tribo da invasão de outro grupo na área que habitava, dentre outras atividades. Possivelmente, espelhando-se nos animais irracionais, os homens agiam com a força bruta orgulhosamente a fim de mostrarem a sua autoridade perante os outros. Faziam isso instintivamente, assim como um leão faz para demarcar o seu território.
Contudo, com o passar do tempo, essa necessidade perdeu a sua função primária de sobrevivência e recebeu a influência dos sentimentos negativos como a ambição, o orgulho, a inveja, a mentira e etc. Eclodiram-se centenas de guerras por causa do desejo de alguns que não se satisfaziam com o que tinham. Quantas e quantas pessoas morreram pela espada e pelo revolver. Quantas mães e esposas choraram por causa da violência cometida contra os seus entes queridos. O planeta Terra já foi banhado milhares de vezes com o sangue dos seres humanos, mortos em combate por motivos pífios e egoístas. Essencialmente, a violência é gerada pela impulsividade, pelo ato insensato de a cometer sem pensar nas tristes consequências. Agredir o outro por motivos insignificantes, inferiores, ou pelo simples prazer de o fazer: eis algo corrente nos dias de hoje.
É preciso seguirmos uma cultura de paz. É necessário acabarmos com a violência de todos os gêneros e em todas as esferas, a fim de que possamos evoluir espiritualmente. O ser humano deve procurar o caminho da paz e do entendimento, pois a violência gera violência, tal como disse o Nosso Senhor Jesus Cristo. A postura mansa, pacata, pacifista é a postura ideal para esse novo milênio. Chegou a hora do ser humano procurar evoluir interiormente e dar uma menor atenção a evolução material, pois para essa última o barco do progresso já segue o seu curso natural. É preciso olharmos para dentro de nós mesmos e enxergarmos o nosso interior e de lá subtrairmos o sentimento negativo da violência. E, assim, considerarmos o nosso semelhante como um ser que precisa ser respeitado fisicamente e moralmente, e independente do que ele nos fez. Precisamos cortar definitivamente essa âncora que não nos deixa evoluir, progredir espiritualmente. Pois nenhuma violência se justifica e, portanto, ela precisa ser deixada no nosso passado histórico.

Depois da Tempestade



Após a desolação tomar conta da alma,
Não sobrando nada em pé, a não ser a dignidade,
Após a agressividade das palavras serem sopradas,
Ao pé do olvido, ao pé da consciência, ao pé da honra,
Vem, por conseguinte, o sossego, o santo silêncio,
E da desconstrução vem a construção,
E dos escombros vem as novas edificações,
E da tempestade vem a bonança.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Seres Sugestionados




Criaturas induzidas a seguirem o caminho que não é o seu,
Indivíduos anulados pela opinião do seu semelhante,
Ausentes de voz, ausentes de sonhos, ausentes de pernas,
Excluídas de toda liberdade e de todo o livre arbítrio,
Assim é a grande massa dos seres sugestionados.

Evadir-se



Todo mundo precisa evadir-se,
Em algum momento, em algum lugar,
Todo mundo precisa esconder-se,
De si mesmo e de suas obrigações,
A fim de que depois de foragido,
Possa encontrar a si mesmo,
Dentro da rica floresta
Que se chama consciência.    

Solicitude



Quando os teus amigos te ajudam com algo,
Agradece-os e agradece-te,
Quando os teus pais te dão uma assistência,
Agradece-os e agradece-te,
Quando a tua esposa te auxilia com amor,
Agradece-a e agradece-te,
E quando Deus te oferece uma Graça Divina,
Agradece-o e agradece-o,
Duas, três, quatro; incontáveis vezes.

sábado, 15 de novembro de 2014

Janela Aberta




Contemplo-te ao longe, discreta,
Mas estás lá, viva, iluminando a escuridão,
Não consigo visualizar o que há no teu interior,
Ainda caminho pelo bosque da persistência,
Seguindo o duro percurso dos obstinados,
Mas estás lá, convidativa, solícita,
Oferecendo-me algum consolo,
A tempestade do medo já me açoitou,
Várias vezes, impiedosamente,
Mas eu sigo em frente, intransigente,
“Keep walking” como diz a propaganda,
Molhado, abatido pelo destino,
Querendo, enfim, alcançar a ti:
Janela aberta.


Aferição das Palavras


Eu acredito que um dos maiores defeitos do ser humano é não saber medir as palavras. Falar sem pensar, falar sem ser criterioso, falar por impulso. As palavras tem poder, de tal modo que elas podem tanto engrandecer como também depreciar qualquer indivíduo. Sim, elas podem ser perigosas, podem ser armas contra o inimigo, e a História mundial dá testemunha disso em qualquer livro escolar.

Quantas mentiras já foram criadas e faladas a fim de prejudicar algo ou alguém. Portanto, feliz do sujeito que sabe aferir as palavras que saem da sua boca. Já disse Jesus Cristo: "Não é o que entra na boca que é pecado e sim o que sai". Precisamos meditar a esse respeito, antes de falar palavras que possam prejudicar as pessoas ao nosso redor. E usemos da coerência e da sabedoria no exercício da palavra, da expressão verbal, pois, no final das contas, toda ação tem uma reação.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Autenticidade



Procuro ser eu em todos os momentos,
Não me revisto da túnica da hipocrisia,
Nem me arrogo ao direito de ser outro,
Eu sou o que aparento ser, simplesmente,
Não dissimulo, não engano, não floreio,
O invólucro da minha carne me mostra,
A minha pele morena me apresenta,
O meu cabelo grisalho me identifica,
Pois a verdadeira identidade...
Não é a do RG, nem a do CNH,
É a que carregamos com nós mesmos.



Andemos Juntos...




Pela floresta de contratempos e ofensas,
Pelo pântano perigoso dos invejosos,
Pelo imenso deserto do medo,
Pela dura caatinga das limitações,
Para que depois de tudo isso,
Possamos descansar na praia
Que se chama Vitória.

domingo, 19 de outubro de 2014

Isenta de Roupas...



Isenta de pudor, isenta de timidez,
Isenta de lucidez, isenta de decências.

Desprovida de juízo, desprovida de sensatez,
Desprovida de medo, desprovida de aparências.

Abolida de vestido, abolida de si de vez,
Abolida de formalidades, abolida de opulências.

Nua de si mesmo, nua da morbidez,
Nua de arroubos, nua... apenas nua... 

A cada fio de cabelo branco...




É um vazio e um cheio que se forma em mim,
São jarras de água da maturidade que eu bebo,
Gota a gota, calmamente, como um bom vinho,
São pétalas de juízo e rajadas de vento de sabedoria,
São comprimidos de bom senso prescritos à alma,
Refinando-me, aperfeiçoando-me, apaziguando-me,
A cada fio de cabelo branco... ou prata... incolor...
É, enfim, um nada e um tudo que se forma em mim.

sábado, 11 de outubro de 2014

Dilma ou Aécio



De um lado, a solidariedade e a evolução,
Do outro, o preconceito, o elitismo e o retrocesso,
De um lado, a popularidade e a coragem,
Do outro, quer mudar tudo, denegrir o processo,
Eis o cenário do segundo turno da eleição.

Armadura



De uma das torres do meu castelo, contemplo os mouros,
Eles vem armados, gritando, quase enlouquecidos,
Enviei a minha tropa ao encontro deles, para fazer a defesa,

Mas eles são muitos, atravessaram o Mar Mediterrâneo,

E as minhas terras são a porta de entrada de Portugal,

E o rei me abandonou, escondeu-se na sua corte, em Lisboa,

Talvez tenha rido do meu mensageiro, menosprezando-me,

Eu, um mero nobre, um marquês, residente na fronteira,

Mas dos meus impostos ele não ri, aquele sovina.



Beijo a minha esposa, beijo os meus oito filhos,

Eles sabem que nunca mais me verão,

Por isso choram copiosamente,

Peço aos meus vassalos que me vistam,

A minha armadura é pesada,

As minhas pernas tremem,

Um deles me entrega a minha espada,

Colocam o meu capacete,

O meu capelão reza uma oração ao meu sucesso,

Eu ri, não sei o porquê, não consegui me segurar,

Montei o meu cavalo predileto,

Mandei abrir os portões do castelo,

Dei o meu último aceno a minha família,

E desembainhei a minha espada,

Pois a batalha derradeira me espera...

domingo, 28 de setembro de 2014

Brasileiros



Povo de várias origens, povo misturado, mestiço,
De várias tons, de várias religiões, de várias condições,
Povo ascendente de escravos, povo ascendente da nobreza,
Povo vindo da nação indígena, povo vindo do movimento migratório,
Povo multiuso, multicor, multireligião, multicondição, todo multi...
Esses versos são para ti, povo que vive na brasa em todos os sentidos,
Até no substantivo coletivo; caros brasileiros!

Você é uma Flor, eu um Beija-flor



Voo até ti, quero te provar nesse momento,
Saborear da tua essência, do teu fluido vital,
Beijo-te com voracidade, com todo sentimento,
Pois sou uma ave sedenta por ti, flor maior do jardim,
E te beijar é o meu fim, flor do meu encantamento.

Homens Terrestres e Homens Aquáticos



Desde a infância, recebemos a orientação de que somos exemplares do Homo Sapiens, que é a criatura mais evoluída que habita o planeta Terra. Mas imaginemos que não somos o único ser que pensa, que raciocina, que possa ser capaz de viver em sociedade e de ter as suas regras. Pois bem, tudo indica que não temos o monopólio do nosso planeta, e muito menos do universo. Existem grandes evidências de que dividimos o nosso planeta com outra espécie que evoluiu de uma forma distinta da nossa. Uma espécie que vive no ambiente aquático, há milhares de anos, e que hoje ficou limitada a residir em algumas zonas de preservação ambiental e, portanto, distante do homem que habita a área seca do nosso planeta.

Existem indícios do contato dos seres humanos com essa espécie ao longo de toda a nossa história, desde o surgimento da civilização egípcia. Foram gravadas em cavernas pinturas que mostram a luta do homem terrestre contra o homem aquático. Transcorreram vários séculos e todas as grandes civilizações trataram de alguma forma acerca desse assunto. Com o advento da tecnologia, facilitou-se o testemunho de episódios que tratam a respeito do homem aquático, que é metade homem e metade peixe, assemelhando-se às sereias. Atualmente, existem gravações de vídeos na internet que confirmam esse fato.

Evidentemente, há testemunhos reais e inventados, mas o que já foi apresentado ao público confirma inegavelmente a existência dessa fantástica criatura. O vídeo que mostra o corpo de um homem aquático morto no Rio Amazonas é de fato impressionante e confirmado por especialistas. Outro vídeo interessante é o que mostra pescadores capturando numa rede um homem peixe próximo à Inglaterra. Nota-se claramente a veracidade desses vídeos. Portanto, caros leitores, devemos abrir os olhos para essa realidade. Existem seres que possuem inteligência nas profundezas dos nossos oceanos.

domingo, 14 de setembro de 2014

Seres Sugestionados


Criaturas induzidas, seduzidas,
Pessoas influenciadas, pressionadas,
Cidadãos incitados, orientados,
Seres treinados para não ter voz,
Treinados apenas para ouvirem,
E, enfim...
Somos todos um pouco sugestionados.
 

Vem Comigo até a Beira do Mar



Quero a tua companhia nesse início de noite,
A areia branca da praia está iluminada pela lua,
As luzes já foram acessas, clareando a cidade,
Os barraqueiros encerraram os seus expedientes,
E vão embora, levando os seus pesados carrinhos,
Os casais enamorados abraçam-se, sentados,
Simplesmente, contemplando a paisagem e a natureza,
Vem comigo, participar um pouco da beleza do mundo,
Vamos ver a beleza do mar; as ondas, as espumas,
Molhemos os nossos pés com a água salgada,
Deixemos o vento bater em nossos corpos,
E, intimamente, saboreemos essa noite de sábado.

sábado, 6 de setembro de 2014

Vestida de Vermelho


Estás revestida com a cor do sangue e da vida,
Tua beleza fica evidenciada com essa cor rubra,
Vermelho é a cor da força, da agitação, da emoção,
Vermelho é a cor da paixão, torrente da vida,
Que é o sentimento que tenho por ti.

Sorrisos Político-eleitoreiros (e Interesseiros)


Espalham-se e estampam-se pelas cidades
Caminhões repletos de sorrisos engravatados,
Sorrisos que querem o meu e o seu voto;
Sorrisos que valem altíssimos salários;
Sorrisos que valem grandes regalias;
- E que seduzem o povo brasileiro -
Sorrisos com números e ambições;
Sorrisos com registros em partidos;
Sorrisos perfeitos, vindos do Photoshop;
Sorrisos digitais, cordiais, e enfim...
Na maioria das vezes, sorrisos falsos.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Vestida de Verde




Contemplo-te vestida de esperança,
Estás majestosa com esse teu vestido,
Incorporastes a natureza em tua alma,
Simbolizas a beleza da nossa flora,
Deixa-me, então, ser aventureiro em ti,
Autoriza-me a ser um bandeirante,
Permita-me ser um desbravador...
Do teu verde misterioso e belo.

Juventude Apressada (e Desnorteada)



Corre pra lá, corre pra cá,
Aspira isso, aspira aquilo,
Esmagando tudo pelo caminho,
Intransigente, indiferente,
Inconsequente, indolente,
Quer ir pro norte, quer ir pro sul,
Almeja o mundo todo para si e...
No final das contas, almeja nada!


sábado, 23 de agosto de 2014

Vestida de Azul



Contemplo-te vestida com a cor do céu,
Estás toda de azul, azul celeste,
Revestiste-te com a cor do mar tropical,
Nesse vestido longo que veste,
Vejo em ti a beleza majestosa que nos cerca,
E que a natureza em ti investe,  
E estou certo de que a tua alma é azul,
És uma paisagem bela e agreste,
Que por completo me envolve e me seduz!

*Poesia que faz parte da "Trilogia Poética das Cores".

Gosto quando você sorri para mim...




Quando os teus lábios se abrem e mostram os teus dentes,
É como se o paraíso apresentasse plenamente a sua beleza,
O teu sorriso é objeto divino, luz que alegra a minha vida,
Consolando-me nos momentos em que me abate a tristeza,
Candeeiro que envolve a minha alma, transformando-me,
E confirmando, de forma sincera, que és a minha alteza.

Acerca das Gírias e dos Palavrões



Quando estou em um espaço público qualquer, às vezes me deparo com pessoas que utilizam as gírias e os palavrões de uma forma intensa. A juventude adora esses instrumentos da língua portuguesa. Alguns estudiosos do assunto afirmam que isso ocorre porque é uma fase da vida onde o indivíduo deseja uma autoafirmação no grupo o qual está inserido. E, portanto, um palavrão e uma gíria impõem algum tipo de respeito perante os outros componentes do seu círculo social. Observa-se também que o uso desses termos varia de acordo com a classe social e cultural o qual a pessoa está estabelecida. De acordo com o aumento da cultura e da renda financeira do cidadão, o uso do palavrão e da gíria diminui progressivamente. Além disso, as rígidas regras morais das religiões também contribuem bastante na redução do uso desses elementos da expressão popular. 

Pessoalmente, acredito que esses termos têm um valor acessório na expressão de uma língua e que, certamente, podem ser extintos sem prejuízo na troca de informações entre as pessoas. No entanto, como todos os países democráticos autorizam e promovem a liberdade de expressão para o seu povo, seria algo injusto a supressão desse direito individual. Olhando por outro lado, é inegável a criatividade desses termos e o conseqüente enriquecimento das línguas nacionais. E, nesse sentido, diariamente surgem novos palavrões e gírias que oxigenam a linguagem popular, alguns deles são engraçados, ou exóticos, e outros nem tanto assim. Enfim, a gíria e o palavrão estão aí, nas nossas ruas, disponíveis para qualquer pessoa que sabe falar, e até mesmo para os deficientes auditivos que usam o sistema LIBRAS. E o uso é algo corriqueiro, e aceitável, em quase todas as nações que se espalham pelo planeta Terra.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

À Noite, Eu Seguro a tua Mão...


Quero dar uma volta contigo, espairecer um pouco,
Deixar de lado, por instantes, a pesada maleta das angústias,
Pois somos tributados cotidianamente pela vida e pelas pessoas,
À noite eu seguro a tua mão, como um menino segura a mão da mãe,
Almejo a tua companhia; vamos contemplar a paisagem noturna,
Observemos a Lua cheia, majestosa nesse céu nublado de agosto,
Aperto com força a sua mão, quero integrar-te a ti em essência,
Numa fusão que produzirá amor, confiança e solidariedade,
Caminhemos, unidos, pelo parque; entre os jardins e os chafarizes,
Contemplemos as figuras da noite, às vezes alegres, outras tristes,
Assim como nós dois, assim como todas as pessoas,
À noite, eu seguro a tua mão...
E como sou feliz por segurá-la.

Coisa de Pele...



Que mexe, remexe, sem ter um argumento,
Tocando o espírito de uma forma ultrajante,
Despertando em nós um forte sentimento,
Envolvendo a mente de forma inebriante,
Que pode acontecer a qualquer momento,
Palavras, posturas, e tudo que encante,
Promovendo em todos um místico evento,
E chamado, de uma forma pouco elegante:
Coisa de pele.


Utilidades da Indiferença



As preocupações são comuns para todas as pessoas. Elas nos acometem em todos os momentos das nossas vidas, na verdade, não existe lugar seguro contra elas. Todos os dias, elas contribuem para o surgimento de pessoas com doenças coronárias, derrames, cânceres, alterações na pressão sanguínea e, na melhor das hipóteses, contribuem bastante no surgimento dos nossos cabelos brancos e nas nossas rugas e, portanto, atuam diretamente na nossa velhice. Dito isto, é fácil constatar que as preocupações não são boas para ninguém. Estudando o assunto, constatei que muitos pensadores afirmam que a indiferença é o melhor remédio contra esses males. Ela nos poupa de absorver energias negativas em diversas situações do nosso cotidiano.

É claro que ela não pode ser utilizada em todos os momentos, pois o sofrimento é necessário para a nossa evolução moral e espiritual. No entanto, certamente a mesma pode ser utilizada em diversas situações. De acordo com os preceitos do Espiritismo, a somatização de milhares de contrariedades ao longo da nossa vida terrena provoca a nossa autodestruição física. Portanto, a partir do momento em que nos livramos de uma boa parcela delas, evidentemente, estamos aumentando a nossa sobrevida e contribuindo na nossa evolução espiritual. Então, é interessante levarmos em consideração o artifício da indiferença em determinadas situações do nosso dia-a-dia, pois ela pode ser a nossa proteção contra diversas doenças do corpo e da alma.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Cortejo-te...




Porque és a minha dama amada desde os tempos imemoriais,
És a minha companheira, antes mesmo de eu nascer,
Cortejo-te porque somos almas unidas em um único fim:
O de saborearmos, para sempre, a maçã do amor!

Breve Lance


Por um segundo, ou dois, ou um pouco mais,
Por um dado instante, provocador, instigante,
Por um tempo mínimo, ínfimo, insignificante,
Tu me mostraste o teu belo porto, o teu cais.

Em um piscar de olhos, num único movimento,
No momento que o mundo todo se distraiu,
Foi quando o teu recato sagazmente te traiu,
Apresentando-me o teu sublime elemento.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Deleito-me...



Com o teu agradável cheiro de rosas,
Com a tua pele morena, bem tratada,
Deleito-me com o teu sorriso e olhar,
Com o teu jeito de mulher educada,
Com os teus belos cabelos escuros,
Com a tua presença iluminada,
E deleito-me com o teu deleite;
Fazendo-te sentir amada.


Adeus, Prêmio PE de Literatura




O escritor é seduzido por meio das propagandas a participar de um concurso literário estadual. Tem o trabalho de imprimir uma obra literária completa, com mais de 50 páginas, e ainda xerocar a mesma quatro vezes, e os custos ficam a cargo do autor. Depois o cidadão ainda precisa ir entregar o material em um órgão público, porque senão a despesa aumenta ainda mais por causa do Sedex. Entrega as cópias numa casa mal adaptada para ser uma repartição pública. Recebe um pequeno papel, que é o comprovante de entrega, e vai para a casa com a sensação de dever cumprido.


Esse mesmo sujeito houvera apostado seriamente nesse concurso, e esperou por vários meses pelo resultado e, no final das contas, recebeu a notícia pela imprensa de que não foi agraciado ao menos com uma menção honrosa da comissão julgadora. Em um trabalho em que o autor está ciente de que tem qualidade literária. Então, o pobre escritor percebe que existe muita coisa por trás de um concurso regional, que pode estar repleto de indicações, amizades e cartas marcadas. Além de saber que o concurso possui alguns julgadores que nunca foram com a sua cara e que nunca simpatizaram com o seu trabalho, por motivos que julga obscuros, ocultos.


Logo, o surpreendido autor que, convenhamos, de tão valorizado literariamente no sudeste, já é um membro imortal de uma academia de letras, e isso com menos de 40 anos, diz, com repulsa: “Adeus, Prêmio PE de Literatura, os meus trabalhos você não avaliará nunca mais.” Pois é, esse é o escritor que vos escreve, que sabe perder, mas não sabe ser injustiçado. E boa sorte para quem vai nos próximos anos perder o seu tempo e o seu dinheiro com ele. Assim como eu perdi.          

domingo, 27 de julho de 2014

Sobre o Dia do Escritor, 25/07


Acredito que seja algo honroso o escritor ter um dia em sua homenagem, assim como o médico tem o seu dia, o advogado idem e etc. Mas uma coisa é ter um dia no calendário e outra bem distinta é a sociedade de fato valorizar o nobre ofício da escrita. Tem gente que eu conheço que acha que ser escritor não é uma profissão, é um hobby, um mero passatempo para os dias de ócio. E outros "caros" senhores, acreditem meus leitores, acham que o sujeito só deve começar a escrever depois de aposentado e, por conseguinte, esteja bastante desocupado para exercer essa atividade. E, enfim, ainda outros, com menos estudo e pouca cultura formal, não sabem muito bem o que um escritor faz da vida. Pois bem, apesar do escritor se sujeitar a todo o tipo de situação por causa do seu ofício, ele segue em frente com a sua arte. Amando o ato da escrita (e da reescrita) de uma forma incondicional e eterna. Então, dedica-lo um dia é, na verdade, valorizar o amor que ele desprende ao seu ofício artístico. Uma salva de palmas a quem inventou esse dia e uma salva de palmas a todos os escritores, em que me incluo com orgulho.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Ao Imortal Ariano



Nesse mês de julho, que já houvera levado dois grandes escritores,
Agora leva o imortal nordestino Ariano Suassuna,
Toquem as trombetas, ou os repentes, para o poeta maior do sertão!
Aquele que retratou o nordeste de uma forma singular,
A literatura chora a tua perda, pois a literatura te deve muitos créditos,
Sim, pois ela se divide no antes e no depois de ti,
E o nordeste se torna órfão sem a tua imponente e sábia presença,
Uma salva de palmas ao mestre do Armorial!

terça-feira, 22 de julho de 2014

Madrugada de Julho




Ao saber que Rubem Alves e João Ubaldo Ribeiro faleceram,
Constato que os velhos poetas estão se dissolvendo,
Estamos ficando órfãos, sem substitutos a altura,
A minha alma de poeta afirma isso em mim,
Nesse corrente mês de julho...
Tão frio e tão triste para a poesia.






Versos à Inveja



Contemplo-te no olhar de algumas pessoas,
Identifico-te nas palavras ofensivas de outras,
Pessoas que são incapazes de se realizarem,
E que temem os que são melhores que elas,
E por isso são imbuídas de raiva e de despeito,
A cada uma delas eu separo uma pedra de sal,
Piedosamente oferecida em grãos grossos,
Pois pessoas que sofrem desse mal estão doentes,
As suas almas estão mergulhadas na frustração,
E não conseguem aceitar o sucesso dos outros,
Peço a Deus que lhes dê algum consolo,
E rogo ao Senhor que lhes dê alguma paz.




terça-feira, 8 de julho de 2014

Versos à Dignidade



Virtude essencial e atemporal,
Algo que não se compra ou se vende,
Objeto que nasce, ou não, conosco,
Engrandecendo as nossas atitudes na vida,
Espada forjada com o aço mais puro!
Defendendo-nos de toda maledicência,
Palavra cantada e falada em todos os continentes,
Diga-me onde fica o teu endereço,
Quero te apresentar a centenas de pessoas...
Que te desconhecem e temem-te!
Temem a beleza da tua armadura de ouro,
Receiam contemplar as tuas belas sandálias,
Aterrorizam-se ao ver teu capacete de esmeraldas,
E o teu rico manto da verdade e da justiça,
E gritam, aterrorizantemente, caso vejam a tua fronte,
Mostra-me, então, o teu palácio, a tua morada...
E a esses canalhas eu te apresentarei!
  

2014, Seleção Brasileira Humilhada




A nossa camisa amarela foi maculada. Denegriram a sua reputação para sempre. Não perdemos com dignidade, fomos humilhados em nosso país. Queríamos seis estrelas, o famoso hexa, e ganhamos seis gols, aliás, sete bolas no fundo do gol. Fomos surpreendidos no Estádio do Mineirão pela tradicional e competente seleção alemã, que jogou com dezenas de jogadas ensaiadas e de qualidade. Venceu a França nas quartas de final, e agora goleou o Brasil. Ao meu ver, o nosso time cometeu tres erros capitais: a) não foi bem montado, b) não foi bem treinado e c) não foi bem preparado psicologicamente para essa Copa do Mundo do Brasil.

Uma grande parcela da imprensa, e as propagandas da televisão brasileira, também tiveram a sua contribuição nesse resultado vergonhoso. As mesmas pressionaram brutalmente a seleção a fim de que ela conseguisse esse título mundial. E, assim, o povo brasileiro se iludiu, deixou-se seduzir por todo esse movimento de "já ganhou". Foi acometido por uma verdadeira onda verde e amarela que, no final das contas, não serviu de nada. Ah, sim, serviu... serviu para nos lembrar de que existem outras seleções de qualidade no mundo e, portanto, não podemos subestimar nenhuma delas. Faltou humildade da nossa seleção, e também faltou humildade da nação brasileira. E, enfim, depois do sonho colorido e inocente, voltaremos ao nosso mundo real, que precisa ser de mais trabalho e de menos festa, isso sim.




domingo, 6 de julho de 2014

Brisa Fria de Julho




A chuva cai fria e compassiva nas ruas da cidade,
O inverno chegou e apoderou-se da paisagem,
E o velho sol parece que tirou umas férias,
O asfalto escurecido das ruas é algo corrente,
Um rio de guarda-chuvas desce as calçadas,
Desembocando em diversos destinos,
E a brisa fria invernal toca a minha pele,
Parecendo tocar até a minha alma,
De uma forma sinestésica e mística,
Brisa fria, que é a senhora das ruas,
E esse poeta a respeita e saúda-a.

No teu Corpo...



Escondo-me, apoio-me, consolo-me,
No teu corpo, mergulho profundamente,
Almejando descobrir todos os segredos,
No teu corpo, esquento-me e banho-me,
Como um banhista descobrindo o mar,
No teu corpo, exploro-te e degusto-te,
E o teu corpo, que é teu, torna-se meu.

sábado, 28 de junho de 2014

A Copa do Mundo do Brasil


Enquanto o Brasil carece de uma boa educação e saúde,
A Copa do Mundo transcorre com sucesso e pomposidade,
Enquanto existe uma enorme população de desempregados,
A Copa do Mundo é realizada com imensa notoriedade,
Enquanto ocorrem manifestações pelas ruas das metrópoles,
A Copa do Mundo promove a nossa pseudo-brasilidade,
Enquanto esse poeta escreve esses versos de desabafo,
Mais uma seleção vence e mergulha num mar de felicidade,
E enquanto houver bola rolando, o povo fantasia-se e esquece...
Da sua triste e cotidiana realidade.
 

Bola Rolando...



Torcida animada,
FIFA lucrando,
Governo ganhando,
Povo sofrendo,
Mas bola rolando...
Imprensa iludindo,
Militares intimidando,
Helicópteros vigiando,
Cidadãos intimidados,
Estrangeiros adulados,
Empresários lucrando,
E o povo sofrendo,
Mas bola rolando...