Enchantments - Prose and Poetry

sábado, 23 de agosto de 2014

Vestida de Azul



Contemplo-te vestida com a cor do céu,
Estás toda de azul, azul celeste,
Revestiste-te com a cor do mar tropical,
Nesse vestido longo que veste,
Vejo em ti a beleza majestosa que nos cerca,
E que a natureza em ti investe,  
E estou certo de que a tua alma é azul,
És uma paisagem bela e agreste,
Que por completo me envolve e me seduz!

*Poesia que faz parte da "Trilogia Poética das Cores".

Gosto quando você sorri para mim...




Quando os teus lábios se abrem e mostram os teus dentes,
É como se o paraíso apresentasse plenamente a sua beleza,
O teu sorriso é objeto divino, luz que alegra a minha vida,
Consolando-me nos momentos em que me abate a tristeza,
Candeeiro que envolve a minha alma, transformando-me,
E confirmando, de forma sincera, que és a minha alteza.

Acerca das Gírias e dos Palavrões



Quando estou em um espaço público qualquer, às vezes me deparo com pessoas que utilizam as gírias e os palavrões de uma forma intensa. A juventude adora esses instrumentos da língua portuguesa. Alguns estudiosos do assunto afirmam que isso ocorre porque é uma fase da vida onde o indivíduo deseja uma autoafirmação no grupo o qual está inserido. E, portanto, um palavrão e uma gíria impõem algum tipo de respeito perante os outros componentes do seu círculo social. Observa-se também que o uso desses termos varia de acordo com a classe social e cultural o qual a pessoa está estabelecida. De acordo com o aumento da cultura e da renda financeira do cidadão, o uso do palavrão e da gíria diminui progressivamente. Além disso, as rígidas regras morais das religiões também contribuem bastante na redução do uso desses elementos da expressão popular. 

Pessoalmente, acredito que esses termos têm um valor acessório na expressão de uma língua e que, certamente, podem ser extintos sem prejuízo na troca de informações entre as pessoas. No entanto, como todos os países democráticos autorizam e promovem a liberdade de expressão para o seu povo, seria algo injusto a supressão desse direito individual. Olhando por outro lado, é inegável a criatividade desses termos e o conseqüente enriquecimento das línguas nacionais. E, nesse sentido, diariamente surgem novos palavrões e gírias que oxigenam a linguagem popular, alguns deles são engraçados, ou exóticos, e outros nem tanto assim. Enfim, a gíria e o palavrão estão aí, nas nossas ruas, disponíveis para qualquer pessoa que sabe falar, e até mesmo para os deficientes auditivos que usam o sistema LIBRAS. E o uso é algo corriqueiro, e aceitável, em quase todas as nações que se espalham pelo planeta Terra.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

À Noite, Eu Seguro a tua Mão...


Quero dar uma volta contigo, espairecer um pouco,
Deixar de lado, por instantes, a pesada maleta das angústias,
Pois somos tributados cotidianamente pela vida e pelas pessoas,
À noite eu seguro a tua mão, como um menino segura a mão da mãe,
Almejo a tua companhia; vamos contemplar a paisagem noturna,
Observemos a Lua cheia, majestosa nesse céu nublado de agosto,
Aperto com força a sua mão, quero integrar-te a ti em essência,
Numa fusão que produzirá amor, confiança e solidariedade,
Caminhemos, unidos, pelo parque; entre os jardins e os chafarizes,
Contemplemos as figuras da noite, às vezes alegres, outras tristes,
Assim como nós dois, assim como todas as pessoas,
À noite, eu seguro a tua mão...
E como sou feliz por segurá-la.

Coisa de Pele...



Que mexe, remexe, sem ter um argumento,
Tocando o espírito de uma forma ultrajante,
Despertando em nós um forte sentimento,
Envolvendo a mente de forma inebriante,
Que pode acontecer a qualquer momento,
Palavras, posturas, e tudo que encante,
Promovendo em todos um místico evento,
E chamado, de uma forma pouco elegante:
Coisa de pele.


Utilidades da Indiferença



As preocupações são comuns para todas as pessoas. Elas nos acometem em todos os momentos das nossas vidas, na verdade, não existe lugar seguro contra elas. Todos os dias, elas contribuem para o surgimento de pessoas com doenças coronárias, derrames, cânceres, alterações na pressão sanguínea e, na melhor das hipóteses, contribuem bastante no surgimento dos nossos cabelos brancos e nas nossas rugas e, portanto, atuam diretamente na nossa velhice. Dito isto, é fácil constatar que as preocupações não são boas para ninguém. Estudando o assunto, constatei que muitos pensadores afirmam que a indiferença é o melhor remédio contra esses males. Ela nos poupa de absorver energias negativas em diversas situações do nosso cotidiano.

É claro que ela não pode ser utilizada em todos os momentos, pois o sofrimento é necessário para a nossa evolução moral e espiritual. No entanto, certamente a mesma pode ser utilizada em diversas situações. De acordo com os preceitos do Espiritismo, a somatização de milhares de contrariedades ao longo da nossa vida terrena provoca a nossa autodestruição física. Portanto, a partir do momento em que nos livramos de uma boa parcela delas, evidentemente, estamos aumentando a nossa sobrevida e contribuindo na nossa evolução espiritual. Então, é interessante levarmos em consideração o artifício da indiferença em determinadas situações do nosso dia-a-dia, pois ela pode ser a nossa proteção contra diversas doenças do corpo e da alma.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Cortejo-te...




Porque és a minha dama amada desde os tempos imemoriais,
És a minha companheira, antes mesmo de eu nascer,
Cortejo-te porque somos almas unidas em um único fim:
O de saborearmos, para sempre, a maçã do amor!

Breve Lance


Por um segundo, ou dois, ou um pouco mais,
Por um dado instante, provocador, instigante,
Por um tempo mínimo, ínfimo, insignificante,
Tu me mostraste o teu belo porto, o teu cais.

Em um piscar de olhos, num único movimento,
No momento que o mundo todo se distraiu,
Foi quando o teu recato sagazmente te traiu,
Apresentando-me o teu sublime elemento.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Deleito-me...



Com o teu agradável cheiro de rosas,
Com a tua pele morena, bem tratada,
Deleito-me com o teu sorriso e olhar,
Com o teu jeito de mulher educada,
Com os teus belos cabelos escuros,
Com a tua presença iluminada,
E deleito-me com o teu deleite;
Fazendo-te sentir amada.


Adeus, Prêmio PE de Literatura




O escritor é seduzido por meio das propagandas a participar de um concurso literário estadual. Tem o trabalho de imprimir uma obra literária completa, com mais de 50 páginas, e ainda xerocar a mesma quatro vezes, e os custos ficam a cargo do autor. Depois o cidadão ainda precisa ir entregar o material em um órgão público, porque senão a despesa aumenta ainda mais por causa do Sedex. Entrega as cópias numa casa mal adaptada para ser uma repartição pública. Recebe um pequeno papel, que é o comprovante de entrega, e vai para a casa com a sensação de dever cumprido.


Esse mesmo sujeito houvera apostado seriamente nesse concurso, e esperou por vários meses pelo resultado e, no final das contas, recebeu a notícia pela imprensa de que não foi agraciado ao menos com uma menção honrosa da comissão julgadora. Em um trabalho em que o autor está ciente de que tem qualidade literária. Então, o pobre escritor percebe que existe muita coisa por trás de um concurso regional, que pode estar repleto de indicações, amizades e cartas marcadas. Além de saber que o concurso possui alguns julgadores que nunca foram com a sua cara e que nunca simpatizaram com o seu trabalho, por motivos que julga obscuros, ocultos.


Logo, o surpreendido autor que, convenhamos, de tão valorizado literariamente no sudeste, já é um membro imortal de uma academia de letras, e isso com menos de 40 anos, diz, com repulsa: “Adeus, Prêmio PE de Literatura, os meus trabalhos você não avaliará nunca mais.” Pois é, esse é o escritor que vos escreve, que sabe perder, mas não sabe ser injustiçado. E boa sorte para quem vai nos próximos anos perder o seu tempo e o seu dinheiro com ele. Assim como eu perdi.