Enchantments - Prose and Poetry

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Tarde de Dezembro


O Sol, astro-rei, caminha para o poente,
Crianças brincam na área útil dos prédios,
O japonês apita querendo vender o doce,
Um vira-lata late na rua para quem passa,
Um mendigo come restos de comida do lixo,
Idosas reúnem-se nos bancos, faladeiras,
As varandas são enfeitadas para o Natal,
A brisa acaricia a cabeça dos transeuntes,
E a rua é um mar de sonhos e de juízos,
Nessa tarde cotidiana de dezembro.

Poeta Grisalho


Se a fronte desse poeta já se traveste de prata,
E os fios escuros concorrem de igual com os brancos,
Se eu não aparento mais ser aquele rapazote de antes,
E a minha juventude se consome com o passar dos anos,
O que eu posso dizer é que fico feliz com isso tudo,
E assumo a minha grisalhice com grande orgulho,
Pois é preciso enxergar a beleza da maturidade.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Petulância


Ela surge em todos os lugares e classes,
Surpreende, ofende, desconjunta, desagrega,
A petulância é prima da inveja e do complexo,
Senhor, fazei que eu fique longe dos petulantes.    

Se os Meus Versos Te Tocam...


É porque o teu coração é feito de rosas,
Sou um poeta que é jardineiro dos sentimentos,
Cuido das palavras como se elas fossem um roseiral,
Que cresce cotidianamente a cada verso livre, a cada rima,
Se os meus versos te tocam, então posso dizer que fico feliz,
Pois agora sei que as rosas crescem no íntimo do teu coração.

Contra o Egoísmo


A alma que está mergulhada somente em si,
Está mergulhada somente no vazio, no vácuo,
Quando as águas da solidariedade te tocarem,
É sábio que não hesites, não repudies, não temas,
Na verdade, mergulha-te nela, de corpo e alma,
Não somos donos nem sequer de nós mesmos,
Vai, tira essas vestes pesadas do egoísmo
E adentras no mar límpido da solidariedade.