De
uma das torres do meu castelo, contemplo os mouros,
Eles
vem armados, gritando, quase enlouquecidos,
Enviei
a minha tropa ao encontro deles, para fazer a defesa,
Mas
eles são muitos, atravessaram o Mar Mediterrâneo,
E
as minhas terras são a porta de entrada de Portugal,
E
o rei me abandonou, escondeu-se na sua corte, em Lisboa,
Talvez
tenha rido do meu mensageiro, menosprezando-me,
Eu,
um mero nobre, um marquês, residente na fronteira,
Mas
dos meus impostos ele não ri, aquele sovina.
Beijo
a minha esposa, beijo os meus oito filhos,
Eles
sabem que nunca mais me verão,
Por
isso choram copiosamente,
Peço
aos meus vassalos que me vistam,
A
minha armadura é pesada,
As
minhas pernas tremem,
Um
deles me entrega a minha espada,
Colocam
o meu capacete,
O
meu capelão reza uma oração ao meu sucesso,
Eu
ri, não sei o porquê, não consegui me segurar,
Montei
o meu cavalo predileto,
Mandei
abrir os portões do castelo,
Dei
o meu último aceno a minha família,
E
desembainhei a minha espada,
Pois
a batalha derradeira me espera...
Nenhum comentário:
Postar um comentário