Enchantments - Prose and Poetry

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Fortuitamente...


Aprecias as palavras desse poeta.
Do meu pomar usufruis costumeiramente,
As minhas palavras são frutos da aurora,
Mas também são frutos do crepúsculo.
Fortuitamente, recorres a mim,
Como um guardador de palavras.
Contudo, a minha maleta de versos,
Deixa de ser apenas minha, ao me leres.
Então eu também sou um doador de palavras,
À suprir as tuas necessidades incontudentes,
Como incontudente é todo poeta desse mundo,
Abarcado por cifras, patrimônios e status quo.
Ofereço-te então uma miríade de versos,
Pois é o único presente que disponho.
Salvaguardo, assim, as palavras,
Do contragolpe dos materialistas,
Pois o reduto do verso é o reduto
Do não-monetário.

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