Enchantments - Prose and Poetry

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

O Tangível e o Intangível


O impalpável é mais valoroso do que o palpável,
Como o imperecível é mais caro do que o perecível.
O amor prevalece acima de qualquer riqueza,
A dignidade vale mais do que barras de ouro,
O bom senso é mais precioso do que uma joia.
Quando o ser humano enxergar o que não vê,
Mas sente aflorar da sua alma, tal qual o suor,
Então, enfim, ele será embebido da Completude.  

Quando Ofereçeres Ajuda...


Oferece-a por completo,
Um rio não corre até metade do caminho,
Ele precisa beijar o mar, tocá-lo.
A chuva não cai somente até o telhado,
Precisa tocar o solo, aguá-lo.
Não se veste um terno pela metade,
Necessita-se da gravata e do cinto.
Quando ofereceres ajuda,
Entrega-te cuidadosamente,
Assim como o Sol se entrega
Diante da Natureza
Integralmente.

Interação


A afinidade surge entre as almas, subitamente,
Tal qual o vento que surge numa montanha,
Ou um pássaro que aparece na nossa janela.
O maior presente do destino é o feedback.
Quando nós bebemos da mesma fonte,
Quando mergulhamos no mesmo rio,
Produzimos o fruto comum e compartilhado
Da Interação.  

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

As Minhas Palavras...


Chegam intrépidas ao teu coração,
E tocam-te, intimamente,
Tal qual uma canção madrigal,
Cantada por um violeiro,
Que canta a seresta da vida,
Cumpro então o meu papel,
De ser um cancioneiro híbrido,
À misturar o desimportante,
À diluir o mar dos sentimentos,
E a colocar o meu barco de palavras
No cais desconsolado que está em ti.

Usurpo os Teus Conceitos...


A fim de que eles sejam libertos,
Tudo que é hermético é desumano,
Basta de déspotas, de impositores!
Não somos donos nem de nós mesmos.
O destino de toda a carne é a terra,
E do espírito o fim é a Divindade.
Chega de fundamentalistas de plantão!
Ao cego e ao fraco, a claridade e a força,
Pois a canção do ser humano é a canção
do Livre-arbítrio.

Fortuitamente...


Aprecias as palavras desse poeta.
Do meu pomar usufruis costumeiramente,
As minhas palavras são frutos da aurora,
Mas também são frutos do crepúsculo.
Fortuitamente, recorres a mim,
Como um guardador de palavras.
Contudo, a minha maleta de versos,
Deixa de ser apenas minha, ao me leres.
Então eu também sou um doador de palavras,
À suprir as tuas necessidades incontudentes,
Como incontudente é todo poeta desse mundo,
Abarcado por cifras, patrimônios e status quo.
Ofereço-te então uma miríade de versos,
Pois é o único presente que disponho.
Salvaguardo, assim, as palavras,
Do contragolpe dos materialistas,
Pois o reduto do verso é o reduto
Do não-monetário.