Enchantments - Prose and Poetry

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Não Imitem os Nossos Pais...


Na agressividade, nos preconceitos, nas irresponsabilidades,
Nas manias, nos fanatismos, nas superstições, nos desafetos,
Não precisamos ser apenas espelhos dos nossos parentes
Não precisamos reverberar o mal dos nossos ancestrais
Limpemo-nos dos erros deles nas águas do bom senso
E sejamos, enfim, sábios senhores de nós mesmos.

Um Destino Distinto para Cada Um


O Universo tem para cada um de nós um destino diferente,
Um nasceu para ser milionário e o outro para ser mendigo,
Um nasceu para ser honesto e o outro para ser bandido,
Aquele nasceu para ser promíscuo e esse fiel à esposa,
Mais adiante, um sujeito nasceu realista e o outro sonhador,
O Senhor Destino só pode ser impedido por um único ser:
O cavalheiro chamado Livre-arbítrio.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Contemplo-te, Fevereiro...


Estás firme e forte, banhado pelo teu Sol de verão,
Vens trazendo uma maleta repleta de compromissos,
Mas eis que chega o Carnaval e desconstrói tudo isso,
E todo fardamento, toda gravata e toda folha de ponto
São novamente esquecidos até a Quarta-feira de Cinzas.

Divã Digital


Um post desabafa um sentimento de grande alegria
Em outro, são expostas palavras duras de ressentimento
Ainda em outro, ocorre uma declaração de amor velada
Mais adiante, acontece uma postagem da mais pura ironia
Pois as redes sociais se tornaram gigantescos confessionários
E é onde toda fraqueza e fortaleza humanas são reveladas
A quem quiser e, principalmente, a quem tiver paciência.
    

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Breve Crônica de Carnaval


O Carnaval é a festa popular mais relevante do Brasil, e isso é algo que quase todos os terrestres do globo sabem. Nela as pessoas cantam, dançam e reúnem-se para homenagear a festa de momo. A descontração e a irreverência são as palavras-chaves nos quatro dias que antecedem a quarta-feira de cinzas, dia oficial da ressaca mas, ainda dia de festa para uma parcela da população que insiste em não retornar para as suas casas e as suas obrigações. A referida festa foi importada da Europa e surgiu no Brasil no século XIX, porém, somente ganhou corpo no início do século XX, com o surgimento dos blocos de rua, das marchinhas e dos bailes de máscaras. E ela foi enquadrada como festa não-religiosa pela Igreja Católica, que, aliás, formulou que depois dela se iniciariam os preparativos para a Páscoa cristã.
Muitos artistas homenagearam o Carnaval em seus trabalhos. Pintores retrataram as festas em seus painéis, poetas criaram centenas de poesias em homenagem aos quatro dias de folia, escultores criaram belos monumentos e inúmeros cantores e composições fizeram sucesso tomando como tema o Carnaval. Por conseguinte, o valor sóciocultural dessa festa é de fato imenso. Mas, como vivemos numa democracia e como cada cabeça é um mundo, é natural que existem pessoas que gostam (ou gostaram) e tem aquelas que não se agradam e preferem viajar para uma praia, uma fazenda, ou mesmo um retiro espiritual. Enfim, confesso que esse poeta prefere se refugiar da folia e viajar para qualquer lugar que não se ouça uma marchinha nem trombone, trompete, corneta e tambor de bandinha carnavalesca. Portanto, aos que gostam, boa sorte e divirtam-se e, aos que não gostam, boa viagem e também divirtam-se. E um brinde e uma salva de palmas ao sagrado direito de escolha.

Ainda Existem...


Ruas de barro com crianças brincando de amarelinha,
Outras empinando pipas coloridas no céu de janeiro,
Jovens sonhadoras nas janelas, esperando um príncipe,
Senhoras de mais idade dando amor e carinho aos netos,
Septuagenários jogando cartas com os amigos, no final da tarde,
Homens abrindo a porta para as mulheres, ao saírem do carro,
Ainda existem ruas com pipoqueiros, japoneses e jornaleiros,
Ainda existe honestidade no interior do mar da desonestidade,
Ainda existe respeito no meio da imensa floresta do desrespeito,
E graças à Deus por tudo isso ainda existir e resistir ao tempo.

Crepúsculo


A noite vem chegando, contudo, ainda é dia,
Os pássaros já estão indo se acomodar nas árvores,
As luzes surgem discretas, quase tímidas, nos prédios,
O mundo todo parece se acinzentar durante algum instante,
Pois é o momento em que Sr. Dia beija elegantemente a Sra. Noite.