Enchantments - Prose and Poetry

sábado, 12 de agosto de 2017

À Tarde, na Praça...


Desses o ar da tua graça,
Estavas sentada num dos bancos molhados,
O inverno estava prestes a ceder o seu pranto,
Mas estava lá, com o teu vestido vermelho,
Lias um livro qualquer, tão solitário quanto ti,
O jardim estava um pouco desassistido,
Com as suas flores de alamanda,
Com os seus lírios da paz,
Com as suas flores de íris e de camará,
E sobre solo, uma grama recém-esverdeada,
Salva pela solidariedade da chuva invernal,
A praça estava solitária como ti,
Somente alguns pássaros te faziam companhia,
Estavas à chorar uma lágrima misteriosa,
Eu não sabia ao certo se de tristeza ou de alegria,
Estavas à aguar as folhas amarelas do livro,
Elas pareciam agradecer-te pelo banho,
Fui-me embora sem te recitar um soneto,
Não queria tirar de ti a tua tristeza,
Que te fazia tão bela como
Uma flor de jasmim.

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