Um
mar de palcos se espalha pela cidade do Recife,
O
Galo da Madrugada faz a guarda na Ponte Duarte Coelho,
As
ruas centrais engolidas pelas pessoas, pelos shorts, pelos tênis,
Conquistadas
por fantasias, pelos blocos e bandinhas de frevo,
As
marchinhas históricas contaminam as pessoas de bem e de mal,
Fazendo-as
perder o juízo, fazendo-as dançar, fazendo-as beijar,
E
eu, poeta, sou quase atropelado pela multidão de Momo,
Atropelado
por essa alegria que dura somente quatro dias,
E
que termina na quarta-feira de cinzas, expulsando o povo,
Mas,
ainda assim, deixando alguns no velho Bacalhau do Batata.