Numa Cafeteria

Sento-me numa das cadeiras,
Peço um cappuccino tradicional,
E enquanto o bebo calmamente,
Medito sobre os prazeres da vida,
Contemplo as pessoas nas mesas,
Senhoras tomando um chazinho,
Senhores lendo um jornal qualquer,
Jovens hipnotizados nos celulares,
Garçonetes chatas e estressadas,
Esperando algum pedido das mesas,
Mesas lustradas de madeira de lei,
E eu tomo mais um gole de café,
E medito sobre tudo isso...
Que na verdade é nada.

Céu Cinza

No céu formam-se nuvens acinzentadas,
O velho Sol não é mais protagonista e largou do seu expediente,
No seu lugar surgiram nuvens carrancudas,
Elas vieram para o bem e para o mal. Vem esfriar, molhar, alagar!

O céu cinza mal humorado e higienizador
Não abre exceção para ninguém, não existem regalias nem conchavos,
E derrama sobre todos nós a chuva fria,
Chuva que molha por dentro e por fora, limpando o nosso corpo e alma.

*Poesia que compõe a segunda parte da "Trilogia Poética-Melancólica do Inverno".

Mar Cinza

Desponta no horizonte o mar de um intenso bronze escuro,
As aves escondem-se esperando a tempestade arredia,
Os peixes mergulham fundo a fim de escapar do mar revolto,
E o vento reina majestosamente do oceano ao litoral,
Até mesmo a areia da praia não escapa ilesa desse fenômeno,
Torna-se escura, sem brilho, entristecida e abatida,
Assim como a alma de muitas pessoas perante o mar cinza.


*Poesia que compõe a primeira parte da "Trilogia Poética-Melancólica do Inverno".

Sobre os Saques no Período de Greve da PM - PE

Um ser humano é forjado em sua personalidade desde a sua infância. Nesse sentido, ele recebe a educação moral dos pais e da religião. É nela que aprende a ter uma conduta íntegra no seu cotidiano. No período da infância ocorre a educação do que é certo e errado. E, assim, solidifica-se os princípios que irão fazer parte da sua vida para sempre.

Contudo, quando um indivíduo a recebe de uma forma deficiente, ou mesmo não a recebe, ocorre, por conseguinte, os diversos desvios de caráter que acometem o ser humano. A questão dos saques ocorridos nas cidades pernambucanas é um bom exemplo de deficiência e/ou ausência de valores morais de um grande contingente da nossa população.

O ato de roubar algo de alguém é uma característica de pessoas impulsivas e com tendência à criminalidade. Pessoas que não aprenderam a ter limites e a respeitar os bens dos outros. Logo, se esse episódio houvesse ocorrido em algum país da Europa, poderia ocorrer um ou outro saque, mas nunca nessa proporção. Então, pode-se concluir que o problema não está na ausência ou não de policiamento ostensivo e sim na precária educação moral da maior parte do povo brasileiro.

Ao Dia das Mães

Quando um Bem-te-vi nasce desprotegido,

Quando uma ovelhinha nasce magra e fragilizada,

Quando um bezerro nasce trêmulo e amedrontado,

E quando uma criança nasce pura e indefesa,

Eis que vem tu, estrela d’alva, estrela do amor!

Eis que vem tu, criatura chamada de mãe!

 

Tua Nudez

A tua nudez é mar revolto onde tento dominar a minha embarcação,

A tua nudez é tempestade violenta e intimidadora,

Ver-te nua é como contemplar um paraíso de carne e desejo em união,

Ver-te nua é uma imagem encantadora e provocadora,

Contemplar-te ausente de tudo é contemplar-te com o intuito da fornicação,

Contemplar-te despojada de roupas é sim ação indutora...

De que eu levante o minha vela a fim de navegar no teu mar de sedução.

 

Colibri

Voa alto, colibri, voa o mais alto possível,
A fim de alcançar o mundo invisível e perfeito,
Voa alto, colibri, voa acima das nuvens,
E foge da maldade dos homens e do mundo,
Voa alto, colibri, voa alcançando o espaço,
E mostra a todos a virtude de ser livre e íntegro.

Receio Perante um Poeta

Não estou armado com a espada da intimidação,
Nem estou portando a armadura da violência,
Quero te dar apenas a flor da paz e da união,
Quero te dar somente o amor como potência.


Não estou usando a retórica dos brutos e dos idiotas,
Nem tampouco utilizando a intolerância como o meu maior sentimento,
Quero te dar unicamente o carinho das minhas palavras,
Quero te dar essencialmente a bandeira branca do entendimento.